quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ao sonho



Sinto falta dos seus vales
Dos seus cumes
Das suas montanhas
Do emaranhado da sua floresta
Da força do seu rio
Se desfazendo em uma cachoeira
Do orvalho da madrugada
 Grudado na sua pele
Do arfar doce de amor
Saindo da sua boca quente
Da imensidão da noite
Que teve hora para acabar.
Quero todos os segundos
De que já não me recordo claramente
Quero o seu sorriso enganador
Com a promessa de mais um instante
De mais um suspiro
De mais um pouco de vida
De mais um
“Un peu”

Será?


Será que você se foi mesmo?
Quem eu vejo nas esquinas, nas ruas escuras,
é a sua lembrança ou a minha saudade?
Tantas perguntas, tantas respostas
Nenhuma vontade de saber
Ser apenas um “há”
SERÁ
Na verdade eu fui
Fui eu quem realizou seus desejos
Matou sua fome de vida
Alimentou mais do que deveria
Hoje estou com fome:
fome do seu cheiro
da sua voz
da sua pele
do seu êxtase.
Estou morrendo,
mas te deixo vivo.
Em cada momento que você se entregar
Lá estarei eu
Meus ensinamentos, meu...
Separou-se de mim
Mas nunca, nunca mesmo
Separar-se-á do que fiz:
VOCÊ!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Até onde devo me levar a sério?


Nada de perguntas retóricas ou sem resposta! Hoje, não!
         Não pretendo definir o que é o ego, apenas as consequências dele, ou melhor (sempre há retificações), para ser politicamente correta, falarei sobre as possíveis consequências do ego na vida alheia.
         Alguma vez, caros leitores/as, se perguntaram se realmente são amados? Caso se sintam assim, se esse amor não é uma projeção do seu ego? Traduzindo em miúdos, como diria a minha avó, você não está sendo presunçoso/a?
         Um carinho, uma atenção, um querer estar juntos é sinal de vitória? Podemos realmente nos declarar vencedores diante desses pequenos sinais? Não seria isso um erro primário?
         Algumas pessoas são afetuosas por natureza, são carinhosas, meigas e se preocupam com o outro. Isso não significa que estejam apaixonadas! A princípio, isso quer dizer apenas que são assim. O parceiro/a não se contem e acha que o jogo está ganho, que pode relaxar na manutenção (uso esse termo no sentido estrito da palavra, temos cuidar do nosso relacionamento) porque a pessoa “está no papo”.
         Não demora muito e o namoro acaba. Ficamos inconformados, cheios de perguntas sem resposta. “Afinal, o que saiu errado?” “Onde foi que eu errei, se ele/a estava tão apaixonado?” Sequer nos demos ao trabalho de verificar se isso era verdade.
         Não corram riscos desnecessários, motivados pela vaidade ou pela certeza. Sejamos humildes com as nossas impressões, com os nossos movimentos, nada de passos errados, o futuro é um eterno desconhecido e a perda de algo que mal acabara de começar, pode vir a ser uma fonte de imensa frustração em algum momento mais maduro da vida.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Quando o mundo foi ético com você?


Não acredito em ausência de regras, mas creio que devemos tentar ser felizes, mesmo que para isso tenhamos que ser transgressores, irreverentes ou mesmo irresponsáveis. Não se trata de apologia ao desrespeito, longe disso, por respeito a nós mesmos que devemos ultrapassar alguns conceitos.
         Sabemos perfeitamente que uma sociedade harmoniosa está putada na existência de algo comum a todos os indivíduos, como por exemplo: as leis. Existem leis que podem punir um cidadão caso ele provoque algum tipo de mal a outro, o constranja de qualquer maneira e o mesmo sinta-se lesado de alguma forma.
         Essa padronização das nossas ações visa a paz entre os seres na comunidade (tal vocábulo está sendo usado no sentido de agrupamento, deixando de lado as outras acepções da palavra).
Algumas dessas diretrizes impõem valores morais muito fortes, nos mostram o peso que pode recair sobre nossos ombros caso tomemos decisões que possam ser consideradas marginais, não aprovadas pela nossa sociedade conservadora e mesquinha.
Os seres humanos não são como ilhas, não podem e não devem viver sozinhos, a convivência com outros cidadãos é necessária. Nesse sentido, aceitamos de bom grado algumas das regras que nos são impostas. Mas o que fazer com a parcialidade, com a indecisão, com a dificuldade em agir de maneira socialmente correta?
A monogamia é um fardo difícil de ser carregado, trata-se de uma opção de muitos e realização de poucos, sem falsos trocadilhos. Poucas foram as sociedades que sublimaram isso. Hoje as chamamos de primitivas, damos uma conotação completamente negativa às suas concepções de vida. Seriam eles realmente seres primitivos, ou seriam muito mais evoluídos do que nós? Deixaram a hipocrisia de lado e optaram pela verdade.
Relacionamento aberto é tabu! Os que assumem essa postura são obrigados a carregar consigo diversos adjetivos pouco elogiosos: depravado, devassa, cafajeste, galinha e outros com p..., pouco prováveis de serem colocados aqui.
Mais uma vez sou obrigada a dizer que não se trata de uma apologia ao desrespeito. Em verdade trata-se apenas de uma revisão de conceitos, de buscar um diálogo com o parceiro/a, e verificar se realmente essa é a vida que querem levar, se isso não será penoso.
Enganam-se os que pensam que uma simples conversa, na qual deixamos no ar algumas sutis insinuações, não é um ato de traição. A deslealdade está implícita a partir do momento em que o outro não tomará conhecimento disso ou não está incluído nas ideias.
A franqueza pode ser uma boa saída para evitar problemas futuros, sejam eles com a justiça ou com alguém a quem você não quer magoar. Façamos uso dela, ou jamais seremos completamente felizes.